Criacionismo x Evolucionismo

Esta questão de acreditar ou não em Deus apresenta bons exercícios de argumentação. O artigo do site Opposing Views traz o papo de Ken Ham, fundador do Museu da Criação, em Kentucky, USA. Ele diz que a lógica não é o caminho para derrubar o conceito da evolução porque não há evidências cientificas que provem que a evolução é uma mentira. Entendi. Se a lógica não leva para o que ele acredita, não serve como instrumento de raciocínio. Ele recomenda usar uma prova sólida de que a evolução é mentira: a Bíblia! Ham diz mais ou menos: “Veja bem, nós não podemos depender apenas de nossa habilidade de raciocinar para convencer os céticos. Nós apresentamos a evidência e fazemos o melhor que podemos para convencer as pessoas da verdade de Deus através do direcionamento deles para a Bíblia.”

Ham disse que como Deus se revelou “através da natureza” não há necessidade de evidência científica de que a Criação é real.

Acho que esta argumentação resolve todas as dúvidas sobre o assunto. E mais, Ham acredita que os dinossauros existiram e conviveram com os outros animais na Arca de Noé. Esse cara é bom!

Vão em paz.

(de artigo de www.opposingviews.com, cavado em Digg.com)

Amor Pleno [Terrence Malick, 2012]

Ainda bem que existe o IMDB. Se não fosse o famoso site de cinema, eu não teria entendido o filme. O site explica direitinho o roteiro. É preciso. O hermético (bota hermeticamente nisso) Malick não tem muita preocupação em facilitar as coisas para seus espectadores. Mistura narrações entrecortadas, planos soltos revoando na tela, e quem quiser que diga que aquilo é bom. Teve um crítico de O Globo que deu avaliação máxima. Deve ter fumado um antes de ver o filme. Não vale isso. Eu até gostei da fotografia. As tomadas com diferentes ângulos, variando a proximidade do objeto filmado, têm alguma beleza. Também concordo com o gosto para mulheres do diretor. Olga Kurilenko e Rachel McAdams são simplesmente espetaculares. Ben Affleck também é espécime masculino de reconhecida beleza. Mas daí dizer que sua interpretação tem algum valor é uma forçação violenta. O cara sustenta uma cara de papel em branco durante as duas horas do filme. Não entendi o mérito.

O estilo de Malick poderia dar em algo de bom se ele fosse um gênio. Não é. Aí, rola um tédio interminável que exaspera a platéia. Uns dormem. Outros partem pro chat no celular. Um outro começa a rir nervoso e trocar piadas com o vizinho. O intelectual empedernido sugere que o conversador vá assistir Wolverine, que rola na sala do lado. Muitos se perguntam se não teria sido melhor assim.

Papa Francisco impressiona na entrevista para a TV Globo

Um espetáculo de simplicidade que atinge rara beleza nesses tempos pompa e exibicionismo. Papa Francisco deu entrevista antológica à Rede Globo, que foi apresentada no final do Fantástico desse domingo. Anestesiados com falas de políticos e os denominados especialistas, que nos levam ao tédio total ou a repugnância vomitória, o discurso de Francisco foi uma limpeza para a alma. Seja cristão ou não, religioso ou ateu, sua opinião trouxe sabedoria. Recomendar atenção aos jovens para não serem manipulados nos movimentos de rua que brotaram no Brasil, é conselho cauteloso e digno de ser considerado por cada um antes de embarcar nas aventuras das manifestações. Sua pregação da pobreza (o uqe esperar de um franciscano?) desnuda a classe política brasileira, que discursa para os pobres enquanto se esbalda em sinais da riqueza obtida de sei lá que maneira. Perdão, sabemos de que maneira eles enriquecem. Enquanto os governantes se esbaldam passeando com suas famílias em aviões e helicópteros pagos com nossos impostos, o Papa Francisco fez questão de andar num simples Fiat Idea. E olha que o vidro não era automático. Dar o exemplo foi deixado para traz há muito tempo no Brasil. Afinal, dá trabalho. O argumento de “minha posição merece” ou que “os outros também fazem” é o óleo de peroba dos Renans e Cabrals. Francisco brilhou. Virei fã de carteirinha quando ele pregou que os sacerdotes se aproximem dos pobres, saiam dos castelos, não sejam príncipes. O Papa está dando uma boa direção para a Igreja Católica. E não é sem tempo. Ela está precisando.

Eike não é mais um bilionário

Bloomberg informa que Eike Batista não está mais entre os zilionários do planeta. Depois de atingir 34,5 bilhões no ano passado, o ex-marido de Luma de Oliveira viu seu saldo líquido – resultado da diferença entre patrimônio e dívidas – cair para apenas 200 milhões de dólares. Me apiedo da situação difícil do patrício. O site de finanças informa que Eike deve 1,5 bilhões para um fundo de investimentos de Abu Dabi. Recomendo que ele tome cuidado com estes cobradores. Essa turma não é tão cordial como os otários brasileiros que compraram ações da OGX.

(de site da Bloomberg, cavado no Digg)

GoPro e Canon combinadas

Tava navegando num site a partir do app Digg, quando me deparei com matéria sobre vídeos e fotos de Michel de Souza cobrindo as manifestações no Rio nesse final de junho e início de julho de 2013. Ele usa uma Canon 5D Mark II com lente 16-35mm (com uma GoPro HERO3 acoplada), e uma Canon 7D com lente 70-200mm, também com uma GoPro HERO2 acoplada). O efeito ficou muito bom. O vídeo registra as imagens que geraram as fotos. O vídeo no YouTube merece a visita.

Meu Deus, que surpresa, os EUA me espionavam!

Quem acreditava que seu e-mail não era lido por alguém além do seu querido destinatário? Deixa disso. Quando você enviava a senha do banco para a esposa, não dava um medinho na hora de apertar a tecla “enviar”? Pois é, ainda bem que a NSA não estava interessada nos seus trocados no banco. Tínhamos a certeza da solidez de princípios dos americanos. Eles controlam a tecnologia de informações no mundo e iam virar o rosto pro lado quando vissem passar nossos e-mails ou transferissem as ligações telefônicas. Me poupem. A gente sempre soube que estávamos nas mãos dos serviços secretos. Nosso governo sabe. Esta conversa de indignação é pra boi dormir.

Renan Calheiros e Henrique Alves, os safadinhos

Danado esse Renan. O povo na rua cobrando sua saída e ele passeando de graça em avião da FAB. Que cara de pau, meu deus! Depois de recusar confessar o golpe no nosso bolso, ele voltou atrás e entrou pra escola do Henrique Alves, presidente da Câmara, que quando é pego, não hesita, paga do próprio bolso. Quando não flagramos o meliante, ele passa batido, faz cara de papel e segue gastando dinheiro público em proveito próprio. Esses canalhas são mesmo arrogantes. Desafiam a população. São merecedores de uma passeata nacional para exigir sua saída. Será que o povo encara essa?

Domingo: copa das confederações e copa das manifestações

De O Globo de hoje: “O professor Pedro Malandro já disse que no Brasil, não só o futuro é imprevisível, mas também o passado”

Uma coisa é certa, Dilma dormiu aliviada. Já imaginaram o clima da semana se a Espanha ganha do Brasil nesse domingo? As manifestações iam começar no estádio mesmo. A vitória acachapante da Seleção deixou o povo em êxtase. Por quanto tempo? Pois é, por quanto tempo? Afinal, ganhar a Copa não diminui preço de passagem de ônibus. Que venha a semana!

O Andar do Bêbado [Leonard Mlodinow, 2009]

Bom livro. É da classe dos livros “quase técnicos”. O tema central é o acaso, como lidamos com ele e os mecanismos criados para representá-lo. A proposta do livro é desmistificar ou descomplicar o entendimento de probabilidade e estatística. Contando a história da evolução das técnicas para estudar fenômenos aleatórios, Mlodinow esclarece as definições e mostra suas aplicações. O autor consegue perambular bem pelos temas. Eu recomendaria, sem dúvida, para um aluno de faculdade que tivesse terminado a cadeira de probabilidade e seguisse para fazer estatística no próximo semestre. Para quem tiver minimamente se afeiçoado aos assuntos, o livro é leitura agradável e serve para arrumar a cabeça sobre detalhes da teoria. Para aqueles que se atemorizaram com a probabilidade, o livro, apesar de fácil e bem abordado, vai causar enjoo. Eu recomendaria perseverar, mas é baixa a chance de conseguir convencer os desgostosos. Quem já conhece o assunto, pode considerar o livro meio trivial, mas Mlodinow contorna o risco de cair no óbvio apresentando o contexto histórico dos avanços da matemática, tornando o livro atraente e, em certos momentos, hilário. O autor traz exemplos práticos interessantes da probabilidade e estatística, tocando assuntos diversos tais como a controversa eficiência de fundos de investimento, os resultados falso-positivos de testes de doenças ou argumentos falaciosos de julgamentos de crimes. Esse tipo de conhecimento merece nossa atenção, pelo menos que seja para diminuir a chance de sermos ludibriados pelas armadilhas de argumentações equivocadas ou de pura má fé que nos ameaçam no dia a dia. Investir na leitura de O Andar do Bêbado traz boa chance de o leitor aperfeiçoar sua visão sobre eventos aleatórios ou errôneas relações de causa e efeito que, na verdade, são movidas pelo acaso. Recomendo dar o passo na direção de sua compra.

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Agamenon se foi, deu no que deu, tô pensando em migrar pro NYT

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A coluna erigida na última página do Caderno B do JB, digo, Segundo Caderno de O Globo, acabou. Pô. Eu utilizava o jornal de domingo (sempre há outras funções para o papel de um jornal) para ler os excelentes, criativos, referenciados e, apesar disso, muito bons trocadilhos do Casseta. Agora vou ter que desenvolver mais uma atividade virtual na minha vida: acessar o site www.casseta.com.br. Que saco.

O Globo tá ficando menor com a saída deste inominável casseta. Literalmente, acho que a quantidade de matérias está diminuindo lentamente, que nem barra de chocolate Nestlé. Andei lendo o New York Times. Tem coisa boa pra ler por ali. Algumas matérias, inclusive, que surgem depois nas páginas de O Globo. O chato é o preço, custa 4 dólares por semana. Meu salário de blogueiro sustentado por anúncios do Google não dá pra manter essas luxúrias todas. Soube que vão oferecer um plano em que o assinante seleciona os assuntos de interesse. Isso podia funcionar comigo na assinatura de O Globo. Por exemplo, religiosamente, separo o atlético encarte de Esportes e o direciono para a empregada embrulhar o lixo. Não tenho o menor saco para ler sobre futebol, ainda mais agora que só assisto jogos do Barcelona e, pelos últimos resultados da taça da Europa, estou considerando acompanhar o futebol alemão.

Onde eu estava mesmo? Ah, então, vou esperar pra ver se o NYT fica mais em conta. Bem, se Agamenon fosse para o vetusto hebdô americano, eu assinava o jornal americano.