Lula já é passado. O queridinho do povo sai da ribalta neste fim de ano para entrar para história. Lula saiu convencendo que nunca antes nesse país teve-se tamanha oportunidade de fazer mudanças no cenário de corrupção política e optou-se por tocar o bonde do jeito que estava, mantendo-se e ampliando-se alianças com a canalhada. Esse lado pragmático (o maior eufemismo que posso usar) de Lula e do PT tiraram o tesão de quem achava (ainda havia alguns) que o PT viera para mudar. Apesar de seus 80% de aprovação, a onipresença de Lula levou-o aos limites da “malice” (tornar-se um “mala”) e impediu sua candidatura à láurea de Homem Polemikos de 2011. Na política, a competência de Sergio Cabral, ocupando espaços com ações necessárias, que outros jogavam para baixo do tapete, assumindo a luta pela conquista das favelas pelo governo, colocou-o em evidência positiva nacional. Sua entrevista de fim de ano, peitando uma Míriam Leitão baixamente crítica, mostrou um político objetivo, falando de liberação (ou, pelo menos, da discussão) do aborto e do jogo. Só faltou falar da descriminalização das drogas. Mas tudo tem seu tempo, não é Cabral? Continue lendo “Homem do Ano Polemikos 2010”
Categoria: sociedade
O Verdadeiro Espírito de Natal

Nesta época do ano, proliferam mensagens de correio eletrônico instando os destinatários a abrirem seus corações, amarem os mais próximos (amar o próximo é mais difícil), suas famílias e vai por aí… Fala-se também de “abrir a mão”, ser financeiramente generoso, comprando presentes para seus entes queridos e amigos amigáveis. Cumprir estas missões é fácil. Se houver dindim no bolso, comprar presente é um prazer. Criar crédito no coração alheio é um investimento social recomendado.
Mas é este o verdadeiro espírito de Natal? Eu quero ver é você desejar saúde e fortuna para aqueles que te encheram o saco durante todo o ano. E não falo do saco de presentes de Natal. Continue lendo “O Verdadeiro Espírito de Natal”
A Fé Cega?: Deus – Um Delírio
Esbarrei no documentário do cientista britânico Richard Dawkins quando zapeava pela TV por cabo. Muito bom. É um resumo em modelo televisivo do seu livro Deus – Um Delírio. Como sou ateu, fico arrepiado de ver as ações e depoimentos dos líderes religiosos mostrados por Dawkins. Imagino como são as reações do espectador que segue alguma das diversas religiões disponíveis. Dawkins deve parecer blasfemo, criminoso, provocador, alguém que merece pagar pela ousadia sendo torturado e morto. Ih!? Estou comprovando tudo que Dawkins diz dos perigos do fanatismo religioso. Continue lendo “A Fé Cega?: Deus – Um Delírio”
Então, falemos de futebol…
Em primeiro lugar parabenizamos o time tricolor pela brilhante jornada nesse brasileirão. Para um time que passou pela Segundona há poucos anos, é bonito ver esta exuberante performance. O Botafogo, outro sofrido time que passeia por divisões inferiores, também brilhou no campeonato. O Flamengo portou-se com humildade, navegando perto da fronteira que leva ao rebaixamento, mas não concedeu este prazer aos colegas cariocas.
Pra mim, que, apesar de ser flamenguista doente (sofro de um problema de coluna que me incomoda constantemente), não gosto de futebol, esta semana foi de virar o estômago. Continue lendo “Então, falemos de futebol…”
o engajamento de Ney Matogrosso na luta contra a Hanseníase
Um artigo antigo de Polemikos comentava sobre o papel de líderes na sociedade que davam sua contribuição na luta contra a Hanseníase. Ney Matogrosso usou seu espaço na Revista do Globo de domingo (21.11.10) para reafirmar sua participação na luta e suas críticas ao tratamento do assunto no Brasil. O artigo de O Globo (que tomamos a liberdade de apresentar abaixo) diz tudo por si só. Continue lendo “o engajamento de Ney Matogrosso na luta contra a Hanseníase”
drogas, guerras, mocinhos e bandidos … e quando teremos soluções?
O dito tráfico de drogas são fornecedores de produtos demandados com firmeza pela população. Como a população quer muito – e a ilegalidade atrapalha – os preços são elevados, a margem de lucro é altíssima e a dinheirama do negócio proibido sai comprando policial, guarda penitenciário, juiz e, não menos importantes, os políticos. Arnaldo Bloch resume, em sua crônica de 27.11.10, a pressão de demanda dos consumidores: “A demanda existe e existirá, sempre. Por álcool, por café, por chocolate, por maconha, por cocaína, por Prozac, por Viagra, tudo que vier da terra ou dos loucos laboratórios. A não ser por mutação genética, o ser humano sempre cavará o chão para provar todos os gostos, cheiros e efeitos.” Continue lendo “drogas, guerras, mocinhos e bandidos … e quando teremos soluções?”
é o momento de decisão da população do Rio de Janeiro
Não tem volta. Se a polícia, o governo, a população cederem agora, o tráfico vai voltar mais forte do que nunca. Não podemos recuar. O efeito demonstração para a sociedade de nossa covardia será o pior possível. Os jovens que são assediados pela marginalidade, vão ver esta fraqueza como a grande força da alternativa do tráfico. Eles pensarão que vale a pena.
O Rio de Janeiro é a fronteira onde o Brasil está lutando a guerra contra a força do tráfico de drogas. Vi cena na TV em que uma mulher agitava, na janela do apartamento, uma bandeira pedindo paz. O que isso quer dizer? Que viver como cordeiros nas mãos de traficantes ou milicianos é a solução para se obter a desejada paz? Não. O bom caminho é pedregoso. Esta é a hora da luta pela cidadania. Se há uma figura pública no Brasil que respeito e de quem não invejo a vida, é o Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame. Esse cara não tem exatamente uma vida tranquila. O mínimo que posso fazer é dizer que tem meu apoio.
Monteiro Lobato x Harry Potter
Por que tanta discussão sobre Monteiro Lobato? Acho que a garotada não está lendo Lobato. Quando mirim, viajei nas histórias desse gênio brasileiro. Uma criança hoje, se der sorte de gostar de ler, vai ler Harry Potter. A babaquice dessa discussão sobre o preconceito racial de Monteiro Lobato pelo menos trouxe seu nome para ser comentado na imprensa e, talvez, nas escolas. Quem será que lê hoje o magnífico A Chave do Tamanho? Reinações de Narizinho? Líamos estes livros antes do dez anos de idade. Imaginávamos as histórias em nossas cabeças, criando fantasias em 3D. Hoje, não precisam, tem Avatar. Por que darmos atenção ao Visconde de Sabugosa? A Universal criou o parque do Harry Potter em Orlando, na Flórida. Se fôssemos um pouco mais cultos e déssemos valor a nossa cultura, teríamos um grande parque temático chamado Sítio do Pica-Pau Amarelo, provavelmente em Minas. Este post é só pra mostrar minha rabugenta indignação com a falta de respeito por aquele que me despertou para o prazer da leitura.
Lidia Brondi na Playboy

Lidia Brondi havia sumido. O nome sonoro me lembrava de alguma atriz da Globo, mas eu não sabia que apito ela tocava. Uma reportagem do Caderno de TV de O Globo esclareceu o mistério. Tal qual um mágico biscoito madeleine, resgatou a imagem da bela atriz que saiu de cena há um bom tempo. Ela está hoje quieta e casada com o ator Cássio Gabus Mendes. Depois da memória desatada, detalhes sobre a moça foram chegando. Lidia Brondi marcou os adolescentes e os nem tanto pela sua performance surpreendente nas páginas de uma edição de Playboy de 1987. Naquela época, de repente, a moça recatada aceitou o desafio (e, é claro, o cachê) e fez ousado ensaio fotográfico na revista masculina. As maravilhas da internet nos permitem ter acesso às fotos do ensaio. Continue lendo “Lidia Brondi na Playboy”
Aldir e o Barraco de Sorocaba
O texto que saiu hoje em O Globo, do grande compositor Aldir Blanc é meio embaralhado. Ele parece que está escrevendo sua diatribe (Polemikos também é vocabulário!) transbordante sobre o sempre criticável estado das coisas. Aldir deambula pelos assuntos metendo o pau, como se dizia, nos sinais aparentes de que a sociedade é uma merda e piora a cada dia. Acho que Aldir estava num dia de mau humor. Ele atira em Pimenta das Neves, bom alvo, ícone da impunidade nacional, que não devemos deixar ser esquecido. Mas comenta também um caso que eu, pouco antenado, deixara passar. Trata-se do Barraco de Sorocaba. Nas palavras de Aldir:
“O tal barraco envolveu uma fogosa mulher, um sujeito parecido com a caricatura malévola de um jegue na caatinga, só que de óculos escuros, e a esposa traída que escancarou a sujeira na janela virtual.”