O Islamismo radical vai tomar conta do norte da África?

Tenho medo. A revolta se espalha como rastilho de pólvora entre os países vizinhos do norte da África e Oriente Médio. As ditaduras toleradas por tantos anos pelo Ocidente – em troca de petróleo ou tolerância em relação a Israel – correm o risco de cair nas mãos de religiosos extremistas pregadores de Maomé. Tenho um medo danado dessa turma. As igrejas arrecadadoras de grana aqui do Brasil têm pretensões políticas. Elas praticam com profissionalismo o aumento de sua influência no Congresso Nacional. Religião esperta pedindo dízimo já me causa arrepios, mas quando os deuses são usados para controlar a vida dos pobres coitados e criar fanáticos suicidas, fico perto do pânico. Os americanos de Obama devem estar se coçando de ver seus antigos amigos xeiques sendo expulsos do poder pelo povo pedindo liberdade, democracia ou seja lá o que for. Quando Fidel Castro derrubou a ditadura em Cuba, os americanos acharam que tinham um aliado. Deu no que deu. O que será que vai surgir na política desses países árabes revoltados? A Irmandade Muçulmana está cheia de vontade. Um artigo muito antigo aqui de Polemikos, do tempo do 12 de Setembro, quando comentávamos a intolerância dos ianques com a Cuba de Fidel Castro, enquanto namoravam a família Saudita nas Arábias (veja “Bin Ladens e Fernandinhos Beira-Mar“). Agora, vamos todos ter que aturar. Vocês que acham que um Irã chateia muita gente. E um Irã, um Egito, uma Líbia? Chateiam muito mais!

Guy: restaurante, café, padaria, confeitaria…

Rua Fonte da Saudade, 187. Lagoa. (ver mapa) tel 3624-8252. www.guyrestaurante.com.br

Gostei do Guy. É mais uma opção para quem está passeando pela Lagoa no fim de semana. Um pouco antes do viaduto que leva para o Rebouças, entra-se na Rua Carvalho Azevedo, a casa fica na esquina com a Rua Fonte da Saudade. O lugar é acolhedor. Os pães apresentados na bancada estimulam o apetite. O ar condicionado permite investir no espresso acompanhado de uma pizza pequena, de massa grossa, para repor as forças depois a caminhada. Também são oferecidos outros produtos, como vinhos e geléias. Achei uma de figo, bem no clima da França, que agradou. O segundo andar tem um bistrô que deixei para visitar outro dia. Claro que comprei a baguete para levar pra casa.

O Vencedor [The Fighter] 2010, David O. Russell

Pra mim, está na área o ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante. Christian Bale, que fez um parrudo Cavaleiro das Trevas em Batman Begins (2005), faz o ex-lutador de boxe Dicky Eklund, viciado em crack, exaurido, com os ossos da face mostrando como foi rigorosa a preparação física para fazer o filme. Sua interpretação é impressionante. Seu irmão mais novo, também um boxer, Micky Ward, é interpretado pelo fortinho Mark Wahlberg, de Quatro Irmãos (2005), que também entra na produção do filme. Baseado em história real, o filme é da classe tão adorada pela Academia de Hollywood: os perdedores que vencem pela superação. E também trata do boxe, talvez o esporte (boxe é esporte?) mais exibido nas telas de Hollywood. O boxe tem bom rendimento para ganhar a estatueta dourada. Touro Indomável (1980) deu Oscar de melhor ator para Robert De Niro, interpretando o boxer Jake La Motta. Clint Eastwood levou Oscar de melhor filme com o fraco (eu acho, pô!) Menina de Ouro e ainda deu o Oscar de melhor atriz para Hilary Swank. Pelo jeito, apesar do tema boxe ser repetitivo em Hollywood, a chance de O Vencedor (por que não traduziram para O Lutador?) é grande. A história funciona bem. Os personagens são bons para amarmos ou odiarmos. É o caso da namorada e da mãe do irmão do lutador. A namorada Charlene é interpretada pela bonita Amy Adams, que eu conhecia mais pela participação em comédias, como Encantada e Uma Noite no Museu II. Ela se saiu bem no papel sério. Melissa Leo é a mãe e manager dos lutadores com suas ética peculiar e amor pelos filhos. Melissa também concorre ao Oscar com boas chances ao prêmio de melhor atriz coadjuvante.

O filme bate bem. A luta final é emocionante. Meu coração acelerou. Cabe a pergunta: Será esse o Oscar do Vencedor?

Cisne Negro [Black Swan] 2010, Darren Aronofsky


Surpreendeu negativamente. A belíssima Natalie Portman apresenta interpretação marcante, típica da disputa para melhor atriz no Oscar. Portman está perfeita como a menina bulímica, completamente dedicada na busca da perfeição como bailarina. Fico curioso com o peso da moça. Ela deve estar com uns 35 kg. Mas o Google nos ensina que ela mede 1,60m e pesa 48 kg. Ah, a fotografia do filme também é muito boa, particularmente nas cenas de dança. Prestem atenção na cena inicial. A câmera faz uma coreografia incrível dançando junto com atores e dançarinos. Aquilo não é propriamente balé, mas é bonito.

Mas… mas o filme fica por aí. A história do enlouquecimento da pretendente ao posto de primeira bailarina ficou meio embrulhada. A moça fica maluca, não sabe distinguir entre a realidades e as alucinações. O problema é que o diretor passa essa insegurança para nós, pobres criaturas que estamos tentando entender o filme. Depois de alguns delírios da moça, já não sabemos em que acreditar. Daí pra frente, temos um filme de terror fraquinho com Natalie Portman correndo para buscar um Oscar. Nem o tesão enrustido da pequena Nina (a bailarina interpretada por Portman) acrescenta muito ao filme. Uma cena de sexo entre mulheres, com a participação da atriz Mila Kunis (aquela latina de olhos grandes da série de TV That ’70s Show), é animada, mas não dá para justificar o ingresso.