tá na hora de tirar a Estação do Corpo da beira da Lagoa

Já que o prefeito Eduardo Paes assumiu que não tem cabimento ocupar uma área de vocação pública por uns poucos que pagam para se associar ao clube Estação do Corpo, aproveito para me juntar ao nosso alcaide. Foi uma vergonha privatizarem aquela valiosa área da beira da Lagoa. Depois de ser usada por boates e restaurantes, ocuparam logo uma área grande para criar o clube dos bacanas. Os cariocas ficaram com menos uma área de lazer belíssima. Vamos brigar para que o fim da concessão que acaba em 2012, seja respeitado. Quero de volta a orla da Lagoa.

cadê minha cota?

As cotas proliferam. Tem cota pra tudo. Cota para negros, mulheres, pessoas com necessidades especiais. Trata-se de incontinência cotista. O tema me incomoda. Tenho noção das disparidades de nossa sociedade. As diferenças de salário em nosso país são enormes. As oportunidades também são diferentes. Mas criar cotas não me parece a maneira de melhorar a situação. Acredito que o governo utiliza essa prática para se eximir das responsabilidades de gestão que lhe cabem. Por exemplo, ao invés de criar boas escolas, pagar bem os professores, destinar verba para a educação, o governo dá uma de bonzinho e distribui vagas para determinados grupos. O procedimento me parece inconstitucional. Afinal, tem um preceito em nossa Carta que fala de direitos iguais. Continue lendo “cadê minha cota?”

tenho dificuldades com Martha Medeiros

Na Revista de O Globo desse domingo, na sessão de cartas, a fã de Martha debulhava: “”Fiquei encantada com o artigo de Martha “O que quer uma mulher?”. Aliás, amo tudo que ela escreve. É simplesmente divino o texto. Ela descreveu com facilidade como somos descomplicadas e fáceis de sermos entendidas. Freud, com certeza, concordaria com tudo. “” Vocês viram? Não fui eu que provoquei. Martha é para mim uma incógnita. Isso no sentido estrito. Eu não conheço o que ela diz. Não consigo avançar além do segundo parágrafo de suas crônicas. Continue lendo “tenho dificuldades com Martha Medeiros”

ONGs: corrupção e outras ideias menos simpáticas

Como todos sabem, sou de extrema direita. Fico puto com a incompetência brasileira para fazer algo certo. Minha comprometida bile também é castigada em assistir qualquer paspalho esperto, que tenha um padrinho no governo, faturar boa grana criando uma ONG. Tenho antipatia por ONGs, portanto, serei parcial, não esperem sutilezas. As corrupções corriqueiras identificadas em nosso país insistem em ter sempre uma ONG como parte do esquema. Também não é para dar em outra coisa. As empresas pagam impostos altíssimos e têm uma porrada de controles por parte do governo. O governo, ele mesmo, tem mecanismos para se auto controlar. E as ONGs? Com estas, temos que contar com a boa vontade de seus controladores. Continue lendo “ONGs: corrupção e outras ideias menos simpáticas”

fui numa formatura na PUC-RJ

Faz tempo não ia num evento como esse. As festas de formatura continuam parecidas. Esta era de Engenharia de Produção. Os filhos que formam e os pais que participam solidários desse rito de passagem, exibem sensação que é mistura de conquista com fim de um sofrimento. Um aluno, ao ser chamado para receber o diploma, colocou como música de fundo o clássico: Aleluia! Aleluia! Bom poder de síntese. O paraninfo fez um discurso estranho, que não entendi. Ele citou bastante as redes sociais. Não sei onde queria chegar. A platéia parecia entretida em se livrar de ir à aula na faculdade. Chamou atenção a amostra dos formandos, era composta em sua metade por meninas. A maioria feminina, antes vista como minoria, está pau a pau com os meninos numa área de elite como a Engenharia de Produção. Fiquei impressionado como as brasileiras estão louras. Nota-se que uma questão tecnológica foi bem resolvida: a chapinha (atualizando: escova progressiva) garantiu a todas cabelos lisos e sedosos. Os sobrenomes dos formandos brasileiros exibiam muitas consoantes e poucas vogais. A festa, como dizíamos na minha geração, foi careta. Não havia indignação com nada. Nada da rebeldia da juventude. Todos estavam satisfeitos por entrar para o mercado efervescente do Brasil de hoje. Uma característica da amostra de cerca de 50 novos engenheiros: não havia um só negro!.

Cabral e o jatinho do Eike

Eu aprovo o bom gosto do governador Sergio Cabral pelas coisas boas da vida. Por que ele havia de ser modesto? Se está na beirada do poder, tem que ostentar, exibir as vantagens que adquiriu através do voto popular. A coluna de Ricardo Noblat, em O Globo de hoje, mostra sua desenvoltura em gastar o equivalente a R$600 mil em viagens no jatinho do Eike. O Cabral é usuário frequente do avião do zilionário. Se Eike tem bom coração e gosta de lhe fazer mimos sem cobrar vantagens em negócios com o governo do Rio de Janeiro, por que ele havia de recusar? Vamos gastar o dinheiro de Eike Batista. Criar uma relação de trocas de favores com Eike é bom para Cabral e bom para o Estado do Rio de Janeiro. Quanto mais carícias trocarem, mais íntimos ficarão e poderão praticar ações em favor de nós cariocas. Tá bom que 600 mil reais permitiriam construir escolas, pagar melhor professores e bombeiros, mas isso é puro proselitismo. O que importa mesmo, e Cabral parece saber e praticar isso com afinco, é dar o melhor para nossa família e amigos. O luxo é uma delícia. Por que ficar no Rio de férias quando se pode ir para Bahamas, Paris ou Londres. Estou com Cabral. Discutam a ética à vontade, mas desde que não me tirem da vida de milionário. Infelizmente ainda não conquistei a desejada vida nababesca que nossos governantes usufruem.

Voto de lista é golpe!

Acho que o congresso brasileiro está brincando com fogo. Essa proposta de que as eleições de deputados se dêem por votação em listas apresentadas pelos partidos é um golpe grosseiro no direito dos cidadãos escolherem seus representantes por voto secreto. Além disso, o formato de listas de partidos é bela maneira de incrementar o negócio lucrativo de alugar lugares nas listas. Continue lendo “Voto de lista é golpe!”

o Brasil agora é tão desenvolvido como os EUA: também temos chacinas nas escolas

Os debates que eu tinha com uma amiga sempre desandavam num ponto da conversa. Discutíamos sobre a situação de nosso país até chegar o momento crucial em que eu me exaltava e afirmava que “o Brasil era uma merda”. Pronto! O pau comia. Ela considerava a afirmação falta de patriotismo. Afinal, se amamos nosso país, temos que dizer que ele é ótimo, assim ela pensava. Eu tentava dizer que ver os defeitos não me impedia de amar meu país. Eu insistia e ela sacava o argumento – para ela – definitivo. Se não gosta daqui, por que não vai morar lá fora? Minha resposta a enraivecia ainda mais. Eu topava sair, só pedia que alguém bancasse minha vida em Paris, para eu manter o bom padrão que tenho aqui nas terras indígenas verde e amarelas. Continue lendo “o Brasil agora é tão desenvolvido como os EUA: também temos chacinas nas escolas”

Uma semana de circo e descaso

Teve presepada em todos os níveis. Comecemos pelos camarotes. Amy Winehouse veio ao Brasil recompor o caixa, que tem sofrido grandes retiradas para pagar o champagne, as pizzas e as clínicas de reabilitação. Foram polpudos 12 milhões de reais. Um espetáculo de grana. De música, foi menos. A moça faturou, bebeu todas no hotel de Santa de Tereza, que ficou muito famoso, belo tiro de marketing. Os artistas da moda foram aos shows de graça às custas do banco patrocinador. E ficaram todos felizes. Menos eu, que não fui convidado. Registro aqui minha inveja de ter perdido a boca livre.

Já, para o povo da arquibancada, foi armado o espetáculo “A Volta de Ronaldinho”, o gaúcho que não quer jogar no Rio Grande do Sul. O noticiário inclemente chegou a incomodar, analisando de todas as formas banais possíveis o leilão do ex-craque, que, depois de ficar com as grossas pernas bambas, vem faturar seu último caro suspiro nos clubes brasileiros. Continue lendo “Uma semana de circo e descaso”