O mistério do tempo nos maravilha e assusta. Tão perto de nossas vidas, é a matéria que as constrói, mas dele pouco sabemos, só temos do tempo esta fresta, o presente, que nos foi presenteado. Continue lendo “o tempo”
Autor: Eugenia Corazon
Pequeno Tratado das Grandes Virtudes [André Comte-Sponville, 1995, Martins Fontes]
Por definição, Deus é perfeito, é o bem absoluto, uno, infinito. Sendo ele a síntese da perfeição, ao criar alguma coisa, só pode criar algo menor que ele. Se criar algo igual a ele, só poderá criar nada, pois o bem é ele mesmo. Desse modo, Deus só pode criar menos bem que si mesmo. Deus, já sendo todo o bem, não pode aumentá-lo, então, só pode criar o mal. Comte-Sponville apresenta bela solução para esse impasse, referindo à Simone Weil: “O que é este mundo, pergunta ela, senão a ausência de Deus, sua retirada, sua distância (a que chamamos espaço), sua espera (a que chamamos tempo), sua marca (a que chamamos beleza)? Deus só pôde criar o mundo retirando-se dele (senão só haveria Deus); ou, se nele se mantém (de outro modo não haveria absolutamente nada, nem mesmo o mundo), é sob a forma de ausência, do segredo, da retirada, como a pegada deixada na areia, na maré baixa, por um passeante desaparecido, única a atestar, mas por um vazio, sua existência e seu desaparecimento…” Só este pensamento limpo e poético já nos antecipa a beleza do livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, de André Comte-Sponville. A atenção é justificada. O livro é uma preciosidade. Continue lendo “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes [André Comte-Sponville, 1995, Martins Fontes]”
não tem tramela, é sem gelosia
Chico Buarque estava afiado quando da escolha das palavras da letra de sua música Flor da Idade:
A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia / Pra ver Maria / A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia / A porta dela não tem tramela / A janela é sem gelosia / Nem desconfia / Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Chamava atenção o uso das palavras tramela e gelosia. Continue lendo “não tem tramela, é sem gelosia”
Estático x Extático: que diferença faz um “x”
O que um “x” não faz de diferença! Estava eu lendo meu livro, quando esbarrei na palavra “extático”. Parece até erro de grafia. O “x”dá uma pista, remete a êxtase. Continue lendo “Estático x Extático: que diferença faz um “x””
Coração Enfurecido [Ingrid Betancourt, 2002, Objetiva]

Nota (01.03.2008) O famoso livro escrito pela Senadora Ingrid Betancourt, sequestrada pelas FARC em 2002. O mundo inteiro se mobiliza para pedir sua liberação. A foto mais abaixo foi colocada em janeiro de 2008 em frente a Prefeitura de Paris como parte do movimento em busca de sua liberação. Saiba quem é ela.
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Mulher Polemikos 2007

miséria brasil: menina, presos, estupros, delegados, governadora
Está eleita! Não precisamos esperar o final de dezembro. Encontramos a síntese da mulher brasileira em 2007. Não tem nome. Não tem rosto. Mas certamente será a figura feminina mais importante na consciência dos nativos. Continue lendo “Mulher Polemikos 2007”
O Livro das Ilusões [Paul Auster, 2002, Companhia das Letras]

“Foi então que ele desapareceu. Exceto pela roupa que tinha no corpo e pelo dinheiro que levava na carteira, deixou tudo para trás…”
Foi o melhor livro que li em 2003. Continue lendo “O Livro das Ilusões [Paul Auster, 2002, Companhia das Letras]”
Pilatos [Carlos Heitor Cony, 2001, Companhia das Letras]

Pilatos é um excelente e oportuno lançamento editorial. Este livro de Carlos Heitor Cony, de 1974, merece ser reapresentado aos leitores. Acima de tudo, Pilatos destaca uma qualidade magistral do escritor: seu humor. Os personagens e as situações delirantes que Cony cria para eles são de se dobrar de rir. E digo dobrar, literalmente. Continue lendo “Pilatos [Carlos Heitor Cony, 2001, Companhia das Letras]”
O Dia Amargo da Mulher
prosa poesia de nossa colaboradora Eugenia Corazon Continue lendo “O Dia Amargo da Mulher”
A Jornada do Escritor – Estruturas Míticas para Contadores de Histórias e Roteiristas [Christopher Vogler, 1997, Ampersand Editora]

De certa feita, no programa Manhattan Connection, Paulo Francis e Caio Blinder comentavam um filme que entrava no circuito. Caio Blinder, metódico, tecia algumas considerações equilibradas sobre o lançamento cinematográfico. Mal deixando que Blinder terminasse, Paulo Francis entrou desancando o filme e dizendo que aquilo era a mesma historinha de sempre. Paulo Francis, com seu jeito peculiar, nem tinha se ocupado em assistir ao filme. O detalhe foi apontado por Blinder, ao que Francis retrucou: – Não preciso ir ao cinema, já vi todos os filmes, essas histórias são sempre a mesma coisa!
A mesma história? Os roteiros se repetem? Continue lendo “A Jornada do Escritor – Estruturas Míticas para Contadores de Histórias e Roteiristas [Christopher Vogler, 1997, Ampersand Editora]”