Acho que descobri. Vai ter uma loja da Nike em Ipanema.

20121007-191342.jpg Psiu! Olha! Não conta pra ninguém não. O símbolo embrulhado da foto é da Nike. Viu como sou esperto?

A loja vai ser na esquina de Garcia com Pirajá. A banca de jornais atravanca a calçada e esconde a entrada da loja, mas isso é comum na cidade. As bancas trazem cultura para a população, não é problema ocuparem o espaço de trânsito dos pedestres.

bonita e funcional calçada no Jardim Botânico

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Ficou bonita a calçada com nova banca de jornais na esquina da JB com Maria Angélica. A passagem de pedestres ficou um pouco estreita, mas o canteiro da rua pode ser diminuído. De todo jeito, temos mais um ponto praticando a nobre função de distribuir cultura na cidade. Estamos de parabéns.

Ipanema e Leblon não precisam de estações do metrô

A afirmação do título é radical, mas faz sentido. Pra quê a estação? Se não houvesse o trânsito de carros vindos da Barra, a ida de carro para o Centro de manhã seria rápida enquanto apreciaríamos a magnífica paisagem de nosso litoral. Ipanema e Leblon estão saturados e não precisam fornecer mais opções de transporte para a população vir para estes bairros. Entulhar a região de gente desembocando de estações do metrô só piora a qualidade do bairro e o valor de morar ou ter comércio por ali.

O Rio deveria ter outras prioridades. O metrô carece de ter uma via alternativa à original, por exemplo, seguindo pela Mem de Sá em paralelo à Presidente Vargas. Esta nova linha deveria ter um prolongamento que atingisse a Barra, para permitir que o povo da Zona Oeste não precisasse vir de carro para o Centro. Aliás, este metrô iria desafogar o tráfego de carros em Ipanema e Leblon diminuindo a importância de construir as das estações que eu considero desnecessárias. Esta linha também aumentaria a capacidade de tráfego para atender os subúrbios do Rio, onde a população mais humilde tem necessidade de bom serviço de transporte.

Por que o governo do Estado não faz este belo raciocínio de investir em zonas mais carentes do que os bairros mais ricos do Rio? Huum? Me disseram que é porque já há um contrato com a construtora que fez a obra até Ipanema, assim, não é preciso licitar mais nada, basta mantê-la tocando as obras. Ah, entendi. Ao que parece, a discussão não passa pelo que poderia ser melhor para a população. Continue lendo “Ipanema e Leblon não precisam de estações do metrô”

e a Lagoa inunda…

A ciclovia da Lagoa acaba de passar por reforma. Entretanto, os desatentos engenheiros da Prefeitura esqueceram de considerar a altura máxima que o nível da água atinge na Lagoa. Deve ser cálculo muito complexo. Ou talvez não se tenham os dados históricos. Ridículo! Talvez seja outra coisa. Pode ser o tradicional misto de coisa mal feita com o oportunismo de fazer ruim para ganhar dinheiro mais tarde para consertar. Assim, um ponto turístico fundamental do Rio fica parecendo que foi assolado por imprevisível enchente. E vamos nos preparando para as Olimpíadas…

Cachoeira, Cavendish, Cabral…

Tava lendo o jornal… Jorge Carlos Moreno expõe a escolha de Sofia a que estamos expostos quando Garotinho divulga o vídeo que demonstra a grosseira intimidade de Sérgio Cabral com Cavendish. Como cobrar o esclarecimento dessa parceria estranha que pode identificar ligações de Cabral com a máfia brasileira construída por Cachoeira, envolvendo políticos e empresários numa mega organização, sem dar força a Garotinho. Moreno refere a máxima de Ulysses Guimarães: “Garotinho suja a denúncia que faz porque, no seu caso, não busca culpados, mas cúmplices.” irreparável. Zuenir Ventura confirma em sua coluna a aflição por que passam os cariocas. “A dúvida que fica no ar depois da leitura de cada capítulo do escândalo ė se, ou quando, vai respingar no Rio um pouco da lama da cachoeira Carlinhos.” A cena geral parece confirmar que está cada dia mais raro poder identificar político com visão de cidadania, com um mínimo de objetivo para melhorar a sociedade. Um a um, as opções se mostram mais interessadas em garantir seu direito divino a andar de helicópteros, ter casas em condomínios cinematográficos e usufruir dos caros restaurantes de Paris. Ai da gente. Mesmo que a blindagem funcione, Cabral está perdendo o rumo em sua trilha em direção à candidatura à presidência da república. O PMDB fica mais fraco. O PT se delicia com as oportunidades geradas pela fraqueza dos aliados.

O Olimpo da Tapioca

20120303-142504.jpgFica feira de sábado, na rua Frei Leandro, esquina com Custódio Serrão. A tapioca é um espetáculo. Faz parte da programação de compras no mercado de rua. A taipioca com queijo sai por R$3. Mas gosto da clássica e simples tapioca com manteiga, bem mais em conta, saindo a R$1,50. O refrigerante pode ser providenciado na barraca vizinha. É um bom lanche para enganar o estômago na espera pelo almoço tardio de final de semana.

Os mais abastados podem esperar mais tarde abrir o Olympe, que fica a poucos metros da barraca da Tapioca. Recomendo ali o menu confiance, uma sucessão de pratos (da ordem de cinco, se contarmos a sobremesa) com o sabor maravilhoso produzido pelo Claude Troigros. O preço por pessoa é puxado: R$216. Sem dúvida, será necessário fazer muita economia na tapioca para chegar ao Olympe.

Eh, ôô, vida de gado Povo marcado, ê Povo feliz

Tava voltando do trabalho na 6a feira. Carro com ar condicionado me isolando do Rio suarento de fim de expediente. O tempo fecha e a chuva torrencial cai lavando os camelôs e adjacentes nas calçadas. As mulheres incautas, que se meteram em calças brancas arrochadas para os avanços de 6a feira são molhadas pela chuva, deixando a roupa colada no corpo, criando efeitos possivelmente exóticos para alguns. O povo obediente, que não conseguiu convencer os patrões que a greve da polícia ia degenerar em violência por toda a cidade, este povo miúdo espera quieto o aguaceiro passar. Dentro do meu casulo móvel desloco-me para a Zona Sul pelo Aterro que ameaça encher, apesar de ser plano e junto da baía. Quando chega o Morro da Viúva, o sol aparece junto a estátua do Redentor. Sou agraciado com efeitos especiais, com direito a arco-íris. O chão vai secando. Quando adentro Copacabana, os habitantes locais não dão mostras de temerem a chuva diluviana que eu presenciara. A juventude em roupa de praia retorna para casa com o senso do dever cumprido nas reverências feitas ao deus Sol que se despede lá para os lados da Zona Oeste, digo, Barra da Tijuca. Me apiedo dos humildes trabalhadores umedecidos que abandonei no Centro. Como sofrem esses moços.

Dia seguinte: os jornais informam que o Cordão do Bola Preta levou cem mil pessoas a descer a Rio Branco em êxtase carnavalesco. Ê povo feliz!

o Rio vai indo, talvez, ladeira abaixo ou é pra cima

Esta terra está um espetáculo. Os preços são de primeiro mundíssimo. Em paralelo, a cidade parece dar sinais de fadiga, que está se esgotando em termos de infraestrutura. Os bueiros explodem regularmente, lançando tampas aos céus como UFOs tupiniquins de última geração. Esgotos também explodem junto. A última explosão no cais do porto foi de grande porte. Já no espaço aéreo, os prédios começam a ruir com o sobrepeso de obras irregulares. As boas notícias são as de sempre: o calor voltou, com belíssimos dias de céu azul e o povo, foliônico, exibindo exuberante forma física nos blocos sob sol.

Por que o título fala de “pra cima”? Andei pela Tujuca e Grajaú recentemente. Não é que a prefeitura deu um jeito nas ruas por aquelas bandas. É surpreendente andar em ruas largas, recém asfaltadas, com as faixas pintadas. Fica até estranho.

sou contra o heliporto da Lagoa

Eu e muita gente. Certamente somos mais do que os bacanas que deixam seus carrões nos estacionamento da área de pouso e decolagem de helicópteros para irem para suas casas em Angra ou Búzios. Nada contra os bem ricos. Mas não gosto que uma parte da Lagoa Rodrigo de Freitas seja ocupada para que os endinheirados possam passar batidos pelos engarrafamentos. Me tira do sério ter que interromper minha caminhada na Lagoa para que o helicóptero do milionário possa aterrissar. Há outras mazelas da existência do heliponto por ali. O barulho do tráfego de fim de semana é alto e perturba os moradores da Lagoa. A canalização do tráfego gera risco para uma área urbana densamente povoada. Quando cair um helicóptero em cima de um prédio, os governantes dirão que foi uma tragédia, criarão uma comissão de inquérito, a imprensa fornecerá os números do intenso tráfego e, talvez, mude alguma coisa. Mas aí, irreparavelmente, já terá morrido alguém. Parafraseando outros movimentos: Desocupem a Lagoa. Por sinal, é heliponto ou heliporto, ou valem os dois?